A prática de exercícios tornou-se uma rotina comum e saudável na sociedade moderna, sendo a corrida a forma mais comum. Outras atividades como natação, ciclismo, futebol, vôlei, basquete e esportes com raquetes (tênis, "squash") envolvem um número enorme de participantes. A pouca energia gasta pela maioria das pessoas apenas nos locais de trabalho e atividades da vida diária é uma característica das sociedades modernas e sedentárias, tendo como conseqüência a obesidade e doenças cardiovasculares. Por outro lado, O Triathlon, esporte que reúne a natação, ciclismo (bike) e corrida, veio para mostrar a superação dos limites do corpo humano.
Existem diferentes categorias, com distâncias que variam conforme dados abaixo:
• Short Triatlon: 750 metros natação, 20Km ciclismo e 5Km corrida;
• Triathlon Olímpico: 1500 metros natação, 40km ciclismo e 10km corrida;
• Triatlon Cross Country: 1500 metros natação, 30km mountain bike e 10km corrida cross country;
• ½ iron man: 1900 metros natação, 90km ciclismo, 21km corrida;
• Iron Man: 3800 metros natação, 180Km ciclismo e 42Km corrida;
• Ultra man: 10km natação, 421Km ciclismo e 84 Km corrida.
Em todas estas categorias o triathlon é considerado uma modalidade de resistência, ou seja, utiliza o metabolismo aeróbio como fonte predominante de energia. Neste caso, os atletas de triathlon se beneficiarão da ingestão diária de café, principalmente porque essa bebida, mundialmente consumida, possui a cafeína.
EFEITOS PSICOLÓGICOS DO EXERCÍCIO
O exercício físico pode trazer grandes benefícios psicológicos ao ser humano, produzindo estimulação e relaxamento psíquico. Uma melhora do humor, da auto-estima e da capacidade de trabalho tem sido observada em pessoas saudáveis e em pessoas submetidas à reabilitação cardíaca. Exercícios agudos aliviam a ansiedade e a tensão, embora a duração seja temporária por 2 a 5 horas. A atividade física reduz o risco de aparecimento de depressão e a incidência de depressão em pessoas normais e pacientes com predisposição para tal, além de haver uma melhor capacidade de adaptação ao estresse. Por isto atletas possuem um menor risco de doenças mentais ou orgânicas.
Durante o exercício físico ocorrem alterações nos níveis plasmáticos de monoaminas e de neuropeptídeos no sistema nervoso central, causando profundas mudanças nas funções neuroendócrinas. Inúmeras funções neurológicas, como respostas visuais evocadas, condução nervosa periférica e tempo de reação aumentam com um bom condicionamento físico, enquanto que os níveis de beta-endorfina plasmática aumentam no exercício aeróbico agudo. O treinamento físico também pode diminuir o catabolismo das endorfinas, sendo possível supor que as alterações nos níveis de peptídeos opióides endógenos mediados pelo exercício físico podem causar mudanças subjetivas e do humor do atleta, benéficas não apenas na atividade física, mas no perfil psicológico do individuo.
EFEITOS BENÉFICOS DA CAFEÍNA PARA O RENDIMENTO DE ATLETAS
A cafeína possuí efeitos comprovados, dentre eles: 1) aumenta do rendimento físico de atletas de endurance; 2) aumenta o rendimento em exercício exaustivo e prolongado; 3) reduz a fadiga; e 4) aumenta a concentração e estado de alerta. O mais interessante é o fato de que a ingestão habitual de café não diminuí as propriedades ergogênicas da cafeína.
Por outro lado, a ingestão habitual de café pode até prevenir distúrbio gastrointestinal que alguns indivíduos experimentam na sua ingestão aguda. Outro ponto que devemos chamar a atenção dos atletas de triathlon é com relação à desidratação: não existe evidência científica que relacione a ingestão de cafeína com níveis significantes de desidratação ou desbalanço eletrolítico (iônico) durante o exercício. Entretanto, devemos alertar que o consumo rotineiro de cafeína pode causar dependência e sua interrupção abrupta pode levar à irritabilidade, mudança de humor, dor de cabeça ou fadiga. Uma xícara de café pode ajudar a queimar calorias durante a "malhação", segundo um estudo do Instituto Australiano de Esportes. Os pesquisadores descobriram que mesmo pequenas quantidades de cafeína estimulam atletas a renderem um terço a mais durante sessões de exercícios. Uma única xícara de café já seria suficiente para detonar essa reação dos músculos – que passam a utilizar a gordura como fonte de energia, em vez de açúcares encontrados nos carboidratos.
A cafeína já é usada por muitos fundistas como fonte suplementar de energia durante as provas. Os cientistas testaram os efeitos da cafeína também em ciclistas, que tomavam goles de refrigerantes sem gás à base de cafeína ou café durante a pedalada. Os britânicos consomem o equivalente a R$ 10 bilhões em bebidas cafeinadas por ano, mas são freqüentemente aconselhados a evitar café ou refrigerantes tipo coca-cola antes dos exercícios devido à crença de que eles têm efeito diurético e podem levar à desidratação. Mas para os nutricionistas australianos isso não passa de um mito. "Se você beber uma grande quantidade de cafeína sentado, talvez 500 miligramas, o equivalente a 5 a 6 xícaras de café, pode haver um efeito diurético, mas se você beber isso durante todo o dia, não o será", explicou a nutricionista esportiva Jane Griffths.
Griffiths diz ainda que um gole de bebidas com cafeína antes de fazer exercícios pode beneficiar não só atletas de ponta, mas amadores também. Infelizmente, segundo a nutricionista, só ingerir cafeína – sem fazer exercício – não vai resultar em queima de gorduras. Outros estudos sobre os benefícios da cafeína já indicaram que a substância reduz a sensação de fatiga em até 60%.
DOSAGEM E MECANISMO DA CAFEÍNA NO RENDIMENTO DE ATLETAS
Pasman, WJ em 1995, quis responder a questão sobre qual a dosagem ideal de cafeína para atletas e estudou o efeito de diferentes dosagens (5,9 ou 13mg/kg peso corporal) no rendimento e tempo de exaustão de ciclistas. Ele observou que todas as doses aumentaram igualmente o rendimento dos ciclistas, sem verificar uma relação dose-resposta de cafeína e rendimento em resistência.
Algumas teorias propostas podem, em conjunto, responder a questão sobre qual o mecanismo da cafeína no aumento do rendimento de atletas: 1) a cafeína não aumenta diretamente o consumo máximo de oxigênio (VO2max), mas permite ao atleta treinar mais próximo de sua capacidade máxima e por mais tempo; 2) aumento da oxidação de gordura ou, por outro lado, aumento do ácido graxo livre e glicerol; 3) criação de ambiente intracelular iônico mais favorável, facilitando a produção de força por cada unidade motora dos músculos ativos.
Tarnopolsky MA, em 1994 escreveu uma revisão propondo os principais mecanismos celulares para explicar os benefícios da cafeína no rendimento de resistência (longa duração): na célula, a cafeína como um antagonista competitivo dos receptores de adenosina e, possivelmente, agindo diretamente nos receptores de rianodina, potencia a liberação de Ca++ do retículo sarcoplasmático do músculo esquelético. Como conseqüência, cafeína causaria aumento na lipólise, facilitação de transmissão no SNC, redução no potássio plasmático durante o exercício, aumento da força de contração muscular e economia no uso do glicogênio muscular, possivelmente, por aumentar a oxidação de ácidos graxos livres.
Desta forma, acreditamos que a cafeína pode contribuir muito nos treinos e provas de triathlon, pois são solicitações que a depleção de glicogênio poderia limitar o rendimento físico. A ingestão de cafeína com medicamentos para desordens cardiovascular, gastrointestinal, infecciosa, respiratória ou de pele pode causar efeito tóxico, pela interação farmacocinética e, por isso, deve ser considerada antes do uso como recurso ergogênico.
Ver o artigo completo em www.cafeesaude.com.br
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
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