Do Morcego até ao Danúbio Azul: Em conjunto com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, o maestro Peter Guth irá apresentar as grandes obras de pai e filho Johann, bem como de Josef e Eduard Strauss, do Morcego até ao Danúbio Azul. “O gosto pela vida e o optimismo são os sinais de marca da valsa vienense. Ao compasso ternário, os vienenses do século 19, oprimidos pelas recorrentes crises financeiras, podiam esquecer-se durante algumas horas das suas preocupações. Tenho esperança que os bailes vienenses em Lisboa terão um efeito semelhante”, diz o Embaixador austríaco Bernhard Wrabetz sobre o evento musical no Largo de São Carlos.
Os Bailes Vienenses são uma iniciativa da Opart e da Embaixada da Áustria em Lisboa e têm o apoio financeiro do Turismo de Viena e da TAP.
A entrada ao Festival é gratuita.

Alguns detalhes sobre a vida vienense e a sua valsa:
O Baile Vienense
Viena mantém várias tradições, uma delas é o Baile onde se dança a Valsa de Viena que é uma das mais conhecidas no mundo, aliás, Viena também é conhecida por ser o berço da valsa.
Os Bailes de Viena são famosos e acontecem principalmente no inverno. O mais pomposo é o Baile da Ópera (ainda não chegamos lá), mas tem outro famoso baile que acontece em um conjunto de alas do Palácio da Sissi, e nesse nós fomos.
Para ir ao Baile é obrigatório o traje de gala, vestido longo para as
mulheres e smoking para os homens, você precisa ser convidado, tem muitas empresas que realizam eventos durante o baile e alocam um espaço exclusivo para seus clientes, mas também é possível comprar um ingresso a mais ou menos € 180, que dá direito a entrar e usufruir de todas as alas, assistir a valsa, valsar e a disputar uma mesa “coletiva” com milhares de pessoas que se aglomeram na entrada do grande salão pomposo de baile a espera da abertura oficial das portas. Quando essas portas se abrem, acaba o glamour, parece a abertura das portas da Macys de NY em dia de promoção. Sai aquela tourada de vestido longo e smoking , cada um correndo para um lado para ver quem chega primeiro nas mesas.
As mesas são retangulares e todas ao redor da pista onde mais tarde acontece a valsa, cada mesa tem lugar para oito pessoas e em todas tem uma bacia (chique) com várias garrafas de cerveja e na outra ponta uma bandeja com vários copos. Isso mais água fazem parte do pacote e é a vontade. Se você quiser beber um vinho, tem que pagar. Não tem comida, mas do outro lado do salão pomposo tem uma espécie de praça de alimentação com mesinhas altas e sem bancos, num pequeno restaurante montado você pode comprar algo para comer em pé nas mesinhas. O cardápio é a versão austríaca dos petiscos brasileiros, mas no lugar da coxinha, da empadinha e do pastelzinho tem o Brot mit Wurst famoso pão redondo com salsicha e um pouquinho de mostarda, e entre um pão e outro, cerveja, muita. Outro prato mega típico, que pode ser comparado ao nosso arroz com feijão é o Wienerschinitzel que é um escalope de vitela de boi ou porco empanado servido com uma saladinha de batata azedinha, é uma delícia e não é gorduroso apesar de ser frito. Curiosidade: o termo Wienerschinitzel é patenteado pelo governo da Áustria.
Enquanto as pessoas aguardam o momento da valsa, todos bebem nas mesas ou nos bares que ficam espalhados nos outros salões do palácio, é muito interessante porque em cada salão é montado um ambiente diferente, um com clima de café, outro com piano bar, outro com música cubana que eles insistem em dizer que é brasileira, mas o que mais chama a atenção em qualquer um dos recintos é a fumaça. Infelizmente os austríacos fumam muito e em qualquer lugar, ainda não há lei que proíba o cigarro em lugares públicos.
Bem, quando a valsa é anunciada existe uma espécie de abertura oficial, primeiro entram em fila várias pessoas que se dirigem a uma espécie de tribuna de honra que fica instalada de frente para a pista, são mais de cem pessoas que tem um título de alguma coisa, é como se fosse a velha guarda das escolas de samba do Brasil e tem mais alguns convidados de honra que podem ser o prefeito, um artista, um empresário, em fim, não estávamos na tribuna, estávamos na tourada disputando a mesa com mais sessenta mil pessoas.
Antes da apresentação da valsa tem sempre uma dança ou uma mini apresentação teatral, e quando a valsa começa entram no salão uns cem casais que fazem parte do Grupo de Valsa Vienense, todas as mocinhas de vestidos longos brancos e tiaras nos cabelos e todos os mocinhos de smoking. Parece um baile de formatura, e então a valsa começa. A apresentação dura mais ou menos umas cinco valsas e depois todos são convidados a valsar no saläo, e ai as portas do inferno são abertas.
O povo se levanta das mesas já com cerveja até o lóló e o que era para ser algo divertido e glamoroso começa a se transformar em uma aberração. Os casais começam a rodopiar e atropelar todo mundo, uns caem na pista, outros dão cabeçadas, num outro canto tem uma mulher chorando porque o marido está bêbado e flertando com a menininha da valsa, sem contar que quando as pessoas se levantam das mesas para dançar outros correm para pegar a mesa de quem se levantou porque as mesas são públicas e coletivas, e não tem discussão, foi pra Roma perdeu a poltrona. Um show de horror.
Enquanto isso, nos outros ambientes a festa rola normalmente regada a muita cerveja e um pãozinho com salsicha até às 4 horas da manhã.
Outra curiosidade: Faz muito frio no inverno e para sair de casa de vestido longo só principiantes como eu, muitas pessoas vão de metro e levam o vestido no cabide, lá na entrada tem um vestiário onde as mulheres trocam o agasalho pelo vestido e as botas por salto alto. Tudo na simplicidade e praticidade que só Viena oferece.
in http://www.minhavidalongedecasa.com/2010/05/o-baile-vienense.html
Sem comentários:
Enviar um comentário