segunda-feira, 18 de julho de 2011

Bailes Vienenses no Largo de São Carlos a 16 e 17 de Julho

Festival ao Largo terão lugar, a 16 e 17 de Julho no largo frente à ópera lisboeta Teatro Nacional de São Carlos, dois bailes vienenses. Sob a direcção do maestro austríaco de renome Peter Guth, a Orquestra Sinfónica Portuguesa convidará um público nacional e internacional a dançar pelas 22 horas com as famosas valsas e polcas vienenses da dinastia Strauss. O maestro Guth é internacionalmente considerado um perito desta tradição da dança vienense e as suas actuações distinguem-se pelo seu brio e pela sua vivacidade. Já no dia 15 de Julho haverá pelas 18 horas no Teatro Nacional de São Carlos um curso de dança de duas horas para 80 pessoas de todas as idades sob a direcção do professor de dança austríaco Reinhard Polt.

Do Morcego até ao Danúbio Azul: Em conjunto com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, o maestro Peter Guth irá apresentar as grandes obras de pai e filho Johann, bem como de Josef e Eduard Strauss, do Morcego até ao Danúbio Azul. “O gosto pela vida e o optimismo são os sinais de marca da valsa vienense. Ao compasso ternário, os vienenses do século 19, oprimidos pelas recorrentes crises financeiras, podiam esquecer-se durante algumas horas das suas preocupações. Tenho esperança que os bailes vienenses em Lisboa terão um efeito semelhante”, diz o Embaixador austríaco Bernhard Wrabetz sobre o evento musical no Largo de São Carlos.

Os Bailes Vienenses são uma iniciativa da Opart e da Embaixada da Áustria em Lisboa e têm o apoio financeiro do Turismo de Viena e da TAP.

A entrada ao Festival é gratuita.




Alguns detalhes sobre a vida vienense e a sua valsa:
O Baile Vienense

Viena mantém várias tradições, uma delas é o Baile onde se dança a Valsa de Viena que é uma das mais conhecidas no mundo, aliás, Viena também é conhecida por ser o berço da valsa.

Os Bailes de Viena são famosos e acontecem principalmente no inverno. O mais pomposo é o Baile da Ópera (ainda não chegamos lá), mas tem outro famoso baile que acontece em um conjunto de alas do Palácio da Sissi, e nesse nós fomos.

Para ir ao Baile é obrigatório o traje de gala, vestido longo para as
mulheres e smoking para os homens, você precisa ser convidado, tem muitas empresas que realizam eventos durante o baile e alocam um espaço exclusivo para seus clientes, mas também é possível comprar um ingresso a mais ou menos € 180, que dá direito a entrar e usufruir de todas as alas, assistir a valsa, valsar e a disputar uma mesa “coletiva” com milhares de pessoas que se aglomeram na entrada do grande salão pomposo de baile a espera da abertura oficial das portas. Quando essas portas se abrem, acaba o glamour, parece a abertura das portas da Macys de NY em dia de promoção. Sai aquela tourada de vestido longo e smoking , cada um correndo para um lado para ver quem chega primeiro nas mesas.

As mesas são retangulares e todas ao redor da pista onde mais tarde acontece a valsa, cada mesa tem lugar para oito pessoas e em todas tem uma bacia (chique) com várias garrafas de cerveja e na outra ponta uma bandeja com vários copos. Isso mais água fazem parte do pacote e é a vontade. Se você quiser beber um vinho, tem que pagar. Não tem comida, mas do outro lado do salão pomposo tem uma espécie de praça de alimentação com mesinhas altas e sem bancos, num pequeno restaurante montado você pode comprar algo para comer em pé nas mesinhas. O cardápio é a versão austríaca dos petiscos brasileiros, mas no lugar da coxinha, da empadinha e do pastelzinho tem o Brot mit Wurst famoso pão redondo com salsicha e um pouquinho de mostarda, e entre um pão e outro, cerveja, muita. Outro prato mega típico, que pode ser comparado ao nosso arroz com feijão é o Wienerschinitzel que é um escalope de vitela de boi ou porco empanado servido com uma saladinha de batata azedinha, é uma delícia e não é gorduroso apesar de ser frito. Curiosidade: o termo Wienerschinitzel é patenteado pelo governo da Áustria.

Enquanto as pessoas aguardam o momento da valsa, todos bebem nas mesas ou nos bares que ficam espalhados nos outros salões do palácio, é muito interessante porque em cada salão é montado um ambiente diferente, um com clima de café, outro com piano bar, outro com música cubana que eles insistem em dizer que é brasileira, mas o que mais chama a atenção em qualquer um dos recintos é a fumaça. Infelizmente os austríacos fumam muito e em qualquer lugar, ainda não há lei que proíba o cigarro em lugares públicos.


Bem, quando a valsa é anunciada existe uma espécie de abertura oficial, primeiro entram em fila várias pessoas que se dirigem a uma espécie de tribuna de honra que fica instalada de frente para a pista, são mais de cem pessoas que tem um título de alguma coisa, é como se fosse a velha guarda das escolas de samba do Brasil e tem mais alguns convidados de honra que podem ser o prefeito, um artista, um empresário, em fim, não estávamos na tribuna, estávamos na tourada disputando a mesa com mais sessenta mil pessoas.


Antes da apresentação da valsa tem sempre uma dança ou uma mini apresentação teatral, e quando a valsa começa entram no salão uns cem casais que fazem parte do Grupo de Valsa Vienense, todas as mocinhas de vestidos longos brancos e tiaras nos cabelos e todos os mocinhos de smoking. Parece um baile de formatura, e então a valsa começa. A apresentação dura mais ou menos umas cinco valsas e depois todos são convidados a valsar no saläo, e ai as portas do inferno são abertas.


O povo se levanta das mesas já com cerveja até o lóló e o que era para ser algo divertido e glamoroso começa a se transformar em uma aberração. Os casais começam a rodopiar e atropelar todo mundo, uns caem na pista, outros dão cabeçadas, num outro canto tem uma mulher chorando porque o marido está bêbado e flertando com a menininha da valsa, sem contar que quando as pessoas se levantam das mesas para dançar outros correm para pegar a mesa de quem se levantou porque as mesas são públicas e coletivas, e não tem discussão, foi pra Roma perdeu a poltrona. Um show de horror.

Enquanto isso, nos outros ambientes a festa rola normalmente regada a muita cerveja e um pãozinho com salsicha até às 4 horas da manhã.

Outra curiosidade: Faz muito frio no inverno e para sair de casa de vestido longo só principiantes como eu, muitas pessoas vão de metro e levam o vestido no cabide, lá na entrada tem um vestiário onde as mulheres trocam o agasalho pelo vestido e as botas por salto alto. Tudo na simplicidade e praticidade que só Viena oferece.

in http://www.minhavidalongedecasa.com/2010/05/o-baile-vienense.html

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