terça-feira, 9 de março de 2010

Investigadores da FCTUC projectam casa “low-cost” do futuro

Uma casa adequada aos actuais tempos de crise.
Adquirir uma vivenda, tipo T3, de arquitectura moderna, sustentável, versátil e altamente segura a um baixo custo, pode parecer uma realidade longínqua. Mas, não! Uma equipa de 9 investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) pensou e projectou, justamente, casas com estas características, denominadas “AFFORDABLE HOUSES”, em resposta ao desafio lançado pelo maior grupo da indústria do aço do mundo, a ArcelorMittal, aos 16 grupos de investigação que integram a Rede Cientifica Internacional de Estruturas Metálicas, uma rede que reúne as Universidades líderes em investigação nesta área.

Os investigadores da Índia, Brasil, China, Polónia, Suécia, Roménia, Portugal (Institute for Sustainability and Innovation in Structural Engineering da FCTUC) e República Checa responderam com projectos de fácil implementação no mercado dos respectivos países.

Este novo conceito de habitação, desenvolvido pela equipa multidisciplinar de investigadores dos Departamentos de Arquitectura e de Engenharia Civil da FCTUC, tem como pilares a utilização de aço leve, a maximização de áreas úteis e uma versatilidade que acompanhe a normal evolução de família. Resultado? – “Considerados todos os critérios de qualidade, segurança, níveis de eficiência, conforto e arquitectura, esta solução supera qualquer alternativa à construção tradicional”, afirma o coordenador do projecto, Luís Simões da Silva.

Mesmo ao nível da sustentabilidade da habitação, tendo em consideração a análise do ciclo de vida dos materiais, a solução desenvolvida pretende ir ao encontro de lógicas mais amigas do ambiente, já que pela sua natureza construtiva foi uma preocupação inicial a possibilidade de reciclagem e de reutilização exaustiva matérias primas usadas. Nesse sentido esta habitação é “amiga do ambiente”.

Para responder ao requisito de “low-cost”, exigido pelo Consórcio, e considerando os actuais tempos de crise, os investigadores delinearam espaços dinâmicos e evolutivos, com recurso a novas tecnologias e a novos materiais: “ao verificar que as casas tradicionais perdem muito espaço em áreas não utilizáveis, por ex., corredores, e percebendo o transtorno causado em obras de adaptação, há uma aposta em novos modelos de espaço utilizável e em módulos facilmente desmontáveis e manipuláveis”.

Questionado sobre a segurança das AFFORDABLE HOUSES, o também docente da FCTUC, garante que “obedecem a todos os critérios europeus. Por exemplo, do ponto de vista sísmico, a vivenda modelo foi dimensionada para a zona mais exposta à ocorrência de sismos em Portugal (Sagres)”. Precisamente a segurança, a sustentabilidade, a versatilidade e o conforto são as grandes prioridades das habitações do futuro, tendo “os testes realizados aos níveis de conforto térmico, isolamento e acústico, entre outros, revelado performances muito melhores do que as da construção convencional. No Verão, não têm praticamente requisitos de arrefecimento e, de Inverno, a necessidade de aquecimento é muito inferior à de uma casa actual”, ilustra o cientista.

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