quinta-feira, 25 de março de 2010

Escritórios ecológicos high-tech

O "Hive", sede social da Schneider Electric.

Schneider Electric estabeleceu a sua sede social na região parisiense num edifício modelo en termos de consumo energéticos. Cada ocupante do edifício poderá em breve medir a sua impressão ecológica e modificar os seus hábitos para diminuir o impacto.

E se cada um de nós podía controlar a temperatura do seu escritório, definir com precisão a luz que precisa, o todo reduzindo o seu consumo de electricidade? Eis o desafio que a Schneider Electric decidiu agarrar quando tomou posse da sua sede social, o Hive (Hall para a Inovação e Vitrine da Energia).

«Os promotores, BNP Paribas Immobilier e Bouygues, propuseram-nos um prédio com elevada qualidade ambiental (HQE), explica Thierry Djahel, director de desenvolvimento e prospectiva da Schneider Electric. Decidimos ir mais longe.»

O prédio sendo concebido para ser dividido em lotes, permitia determinar o consumo energético por área. Schneider implementou então uma repartição muito mais apurada, por quase cada utilizador. Desta forma, os 35 000 m2 do Hive foram equipados por 150 a 200 contadores eléctricos, pequenas caixas electrónicas que permitem vusalizar em permamnência o consumo de energia
Uma vez estes dados em mão, o objectivo era conseguir reduzir, mas mantendo sempre, até mesmo melhorar, o conforto dos utilizadores do prédio. «Cada pessoa pode controlar o seu ar condicionado ou o seu aquecimento, assim como o seu nível de luminosidade», relata Thierry Djahel. A experiência demonstra porém que os ocupantes nem sempre adoptam de forma espontânea comportamentos ecolo-cidadãos. Daí o interesse em incitá-los. Se alguém optar por trabalhar com todos os estoros fechados em pleno Inverno quando está bom tempo, privando-se assim da luz natural e do calor, o sistema vai sugerir-lhe, através duma mensagem no seu computador, abrir os seus estoros e reduzir a luz artificial.

Às inovações da Schneider acrescentam-se outras, como as de Saint-Gobain. O prédio beneficia aliás dum frente em vidro « dupla pele», isto é um vidro duplo que respira, que permite optimisar as qualidades de isolação térmica do ar ao passar entre os dois vidros. O ar condicionado, quanto a ele, é fornecido por «pilares frios», uma técnica que permite arrefecer e aquecer sem motorisação no aparelho, por conseguinte sem fluxo de ar nem barulho. «Instalamos painéis solares. Isso permitiu-nos demonstrar aos cépticos que a tecnologia funciona e que participar no equilíbrio do balanço energético do Hive», acrescenta Thierry Djahel, que considera que o investimento associado a todas estas tecnologias será compensado em três anos, graças à economia de energia.

De acordo com a Schneider, o Hive regista um consumo equivalente ao quarto daquele registado num prédio equiparado construído na década de 90.

O grupo utiliza doravante a sua sede como uma vitrine. Cinquenta a cem clientes o visitam diariamente. «E isso permite-nos permanecer ligados ao erreno: cruzo todos os dias os nossos clientes no elevador», afirma em tom de brincadeira Jean-Pascal Tricoire, presidente da Schneider, que não resiste ao prazer de fazer uma demonstração no seu escritório!
É a primeira vez, que casa de ferreiros espeto de pau já não é o caso.

Par Elsa Bembaron
23/03/2010 | 09h38
Le Figaro

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