Toutankhamon cuja causa da morte, há mais de 3 000 anos, permanecia um mistério tería falecido de paludismo combinado com uma infecção óssea, de acordo com um estudo publicado na Terça-feira nos Estados-Unidos. O célebre faraó faleceu muito jovem, com apenas 19 anos, e sem herdeiros, o que levou os egiptólogos em especular sobre a hipóteses de doenças hereditárias na família real da XVIII dinastia, assim como sobre a causa da sua morte após nove anos no trono, explica Zahi Hawass, responsável das antiguidades egípcias no museu do Cairo, e principal autor deste estudo.

Os investigadores basearam-se em vários métodos nomeadamente a radiologia e análise DNA para esta investigação efectuada sobre 16 múmias onde 11 delas, incluindo a de Toutankhamon, eram aparentemente membros da família real. Estes trabalhos desenvolvidos de 2007 a 2009 tinham por objectivo determinar as ligações de parentesco das múmias e a existência de características patológicas hereditárias em Toutankhamon. ermitiu identificar o pai do faraó como sendo Akhenaton, marido da lendária rainha Nefertiti.
O filho de Akhenaton e da sua própria irmã
As duas múmias partilham várias características morfológicas únicas e até tem o mesmo grupo sanguíneo. Os autores desta investigação també identificaram que a mãe do jovem faraó, que não é Nefertiti, é a múmia KV35YL, aparentemente irmã de Akhenaton. A análise genética demonstra de facto uma consanguinidade entre os pais. O casamento entre irmão e irmã era comum no Egipto dos faraós.
«Este resultados deixam concluir que uma circulação sanguínea insuficiente dos tecidos ósseos, enfraquecendo ou destruindo uma parte do osso, combinada com o paludismo, é a causa mais provável da morte de Toutankhamon» e isso no seguimento de uma fractura na perna, redigiu Zahi Hawass cujos trabalhos foram publicados no Journal of the American Medical Association (JAMA) a 17 de Fevereiro.
Este diagnóstico pode ser concluído graças aos testes genéticos e radiográficos que revelaram uma série de malformações na família de Toutankhamon, tais como a doença de Kohler que destrói as células ósseas. O jovem faraó tinham também um pé boto. As análise de DNA evidenciaram também a presença de três genes ligados ao parasita Plasmodium falciparum responsável pelo paludismo em quatro múmias analisadas, inclusivé a de Toutankhamon.
«Bengalas e uma farmácia para o além»
«Este diagnóstico é confortado pela descoberta no seu túmulo de bengalas e de uma farmácia para o além», acrescentam os investigadores. Esta pesquisa também afastou a hipótese emitida a partir das pinturas ou estátuas da época, que Toutankhamon ou qualquer outro membro da realeza sofria de ginecomastia, desenvolvimento dos seios nos homens, ou de síndrome de Marfan, doença genética rara que podia trazer deformações físicas (desordem do tecido conjuntico caracterizada por membros anormalmente longos).
«É pouco provável que Toutankhamon ou Akhenaton tenham tido uma aparência estranha ou efeminada», concluem os autores. Relembram que os faraós faziam-se muitas vezes representar com a sua familia de forma idealizada.
Toutankhamon e os seus antepassados eram pouco conhecido até à descoberta em 1922 no Vale dos Reis pelo Britânico Howard Carter do seu túmulo intacto com um fabuloso tesouro, cuja máscara mortuária está em ouro massiço.
AFP
in figaro.fr
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