quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Frazen, um dos escritores essenciais da actualidade

Jonathnan Frazen, vive em Nova York. Autor norte-americano de best-sellers, estudou alemão na Pensilvânia, em Munique e em Berlim. Um diálogo sobre a língua alemã e a “maldita questão dos gêneros”. "Tem 51 anos e escreve num computador sem ligação à internet e sem jogos". É a oitava vez que é capa da revista TIME, e atinge um patamar comparável a Nobokov, Salinger, Toni Morrison, James Joice e John Updike.

Actualmente, é o escritor que toda a América quer ler, com a sua mais recente publicação "Freedom". Irá ser editado pela D. Quixote ainda 2011, mas para já só em inglês.

In
The Guardian

Jonathan Franzen, whose long-awaited new novel, Freedom, is out later this month, is to grace the cover of Time magazine's new issue – the first living American novelist to do so in a decade.

Franzen will join previous literary Time cover stars including Nobel laureate Gunter Grass, who took the spotlight in 1970, Tom Wolfe (1998), George Orwell (1983) and John Updike (1968 and 1982).

The last living American novelist to take the cover spot was Stephen King in March 2000, when the magazine said, "Who needs Hollywood when you can make your own movies, books and music ... If Stephen King can do it, so can you."

The new issue, out later this week, features an interview with the author of The Corrections to mark the publication of Freedom, the story of Patty and Walter Berglund's disintegrating American family.

"It's hard to say exactly what makes Franzen so uncomfortable. It could be me, or the prospect of being on the cover of Time. It could be the pressure of having to follow up the huge success of The Corrections, or it could be the much fretted-over standing of the novel in America's cultural-entertainment complex. Maybe it's all of the above," writes interviewer Lev Grossman, who said that Freedom is "told with extraordinary power and richness".

"Franzen isn't the richest or most famous living American novelist, but you could argue – I would argue – that he is the most ambitious and also one of the best," he added.



por Michiko kakutani, Exclusivo i The New York Times


O electrizante novo romance de Jonathan Franzen, "Freedom", evidencia o seu impressionante manancial de ferramentas literárias - toda a destreza para contar histórias, além de imensas tramas - e a sua capacidade para abrir uma grande e updikiana imagem da vida da classe média norte-americana. Enquanto o primeiro romance de Franzen, "The Twenty-Seventh City", se inspirava em nomes como Thomas Pynchon e Don DeLillo para criar uma imagem negra e espalhafatosa de St. Louis, "Correcções" assinalava a sua determinação em invocar a América contemporânea - não alinhando num épico cartoonesco, mas desconstruindo a história de uma família, para nos dar um retrato global do país.

Nas primeiras páginas de "Freedom", somos apresentados aos membros da família Berglund como se estes fossem um sortido de caricaturas desagradáveis, que perturbam e espantam os seus vizinhos em St. Paul. Conhecido pela sua "delicadeza", Walter Berglund é um marido e pai fraco, passivo-agressivo, que estranhamente vende os seus ideais ecologistas para trabalhar numa diabólica empresa de carvão. A sua mulher, Patty, parece delicada mas revela-se uma víbora com mau feitio, que se enfurece com Walter e corta inexplicavelmente os pneus de neve novos a um vizinho. O filho adolescente, Joey, é tão infeliz no lar que sai de casa e vai viver com a família da namorada que mora na porta ao lado. Estes sketches grotescos servem apenas para mostrar como é que os Berglund podiam ser vistos por desconhecidos.

Desde o início da sua carreira com "The Twenty-Seventh City" que Franzen tem sido ambicioso, aspirando a escrever um grande romance que possa captar um desígnio nacional, e este livro não é excepção. O título, "Freedom" [Liberdade], anuncia um tema que corre como uma corrente forte na narrativa - muitas conversas sobre o que significa a liberdade em termos de se ser livre de responsabilidades familiares e crenças ideológicas.

Mas não é isso nem o argumento com o twist à Dickens que empresta a este romance a sua importância narrativa e agarra o leitor: são as personagens de Franzen e a sua capacidade à David Foster Wallace de capturar os absurdos da vida contemporânea - onde o planeta está a "aquecer como uma torradeira" e as pessoas utilizam o cartão de crédito para comprar um pacote de pastilhas ou um simples cachorro-quente.

Ao escrever numa prosa que é ao mesmo tempo visceral e lapidar, Franzen mostra-nos como é que as suas personagens se esforçam por navegar num mundo de parafernália tecnológica e costumes sempre em mudança, como lutam para equilibrar a equação entre as suas expectativas de vida e a aborrecida realidade, os seus ideais políticos e a mercenárias necessidades pessoais. No passado, Franzen tendia a impor uma visão do mundo aparentemente cínica e mecânica às suas personagens, ameaçando torná-las em peões autorais sujeitos aos simples imperativos Freudianos-Darwinianos. Desta vez, ao criar indivíduos conflituosos e contestatários capazes de escolherem os seus próprios destinos, Franzen escreveu o seu romance mais profundo até à data - um romance que acaba por ser uma convincente biografia de uma família disfuncional e um retrato indelével dos nossos tempos.

Para ler "Freedom", terá que encomendar na internet. Na Amazon está à venda 12€

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